Hipertensão Arterial:
Também conhecida como Pressão elevada, acontece quando o coração exerce uma força (pressão) maior na ejeção do sangue através dos vasos sanguíneos.
Sabe-se que o coração é um músculo e, quanto maior a pressão que ele exerce para ejetar o sangue, mais "treinado" ou "mais forte" este coração fica, e a longo prazo, essa força excessiva pode gerar alterações funcionais e/ou estruturais no coração.
Ela pode ser primária, ou seja, quando não encontramos um fator causador para que esta pressão esteja elevada, ou secundária, quando ela está elevada como consequência de alguma outra alteração orgânica - Ex.: Alterações de tireoide, tabagismo, obesidade, estresse, privação de sono...
Na grande maioria das vezes, é uma doença silenciosa que não causa sintomas até que algum órgão seja lesionado em decorrência desta pressão constantemente elevada, mas acredite, leva tempo até que estas lesões aconteçam.
O que vale a pena lembrar é que, nossa pressão arterial varia ao longo de um dia (você pode facilmente ver estas alterações se medir sua pressão algumas vezes ao longo do dia, ou se fizer um MAPA e observar os valores encontrados), de acordo com os estímulos externos que recebemos, por exemplo: se você estiver sentindo dores ou passar por um estresse emocional importante, sua pressão estará mais elevada, em contrapartida, se você estiver em um momento mais relaxado, ou pós atividades físicas, ela tende a estar menor.
"Está certo, Dra. Mas, se as oscilações são comuns e acontecem a depender do estímulo externo que eu recebo, quando é que posso dizer que sou hipertenso?"
O paciente então passa a ser considerado hipertenso quando apresenta valores REPETIDOS de pressão arterial sistólica de consultório de ≥140 mm Hg e/ou valores de pressão arterial diastólica de ≥90 mm Hg, ou quando a média das pressões em 24h por exames complementares se mostram acima destes valores.
Quando não tratada adequadamente, a pressão elevada causa estruturais / funcionais não só no coração, mas também em outros órgãos, como cérebro (AVC / Derrame), rins (insuficiência renal) e demais vasos do organismo (levando a entupimentos > Oclusões arteriais em vasos periféricos, infarto, angina e cegueira).
Estudos atuais, mostram que tratamento intensivo e adequado da pressão arterial, agrega ao paciente uma sobrevida de 6 meses a 3 anos (considerando até os 95 anos), a depender da idade de início do tratamento.
Como medir sua pressão arterial de maneira adequada em casa?
Tenha em mãos um aparelho validado por uma associação cardiológica e devidamente calibrado.
Cheque se a circunferência do aparelho é adequada para o tamanho do seu braço.
Esvazie a bexiga.
Esteja descansado, em ambiente calo e tranquilo, com temperatura confortável, a pelo menos 3 a 5 minutos em repouso antes de começar a medição (esteja sem conversar ou mexer no celular, inclusive durante a medição).
Não consuma café, bebidas alcoólicas, cigarro nos 30 minutos antecedentes e não pratique atividades físicas nos últimos 60 minutos.
Esteja sentado, com as costas apoiadas na cadeira e os dois pés apoiados no chão (não cruze as pernas)
Apoie os braços despidos, com a palma da mão para cima, em uma superfície firme, aproximadamente na altura do coração (linha Intermamária).
Se a medição for no braço: o manguito de ver ser colocado sem deixar folga, cerca de 2 a 3cm acima do cotovelo, centralizando o meio da bolsa de borracha na região da dobra do braço.
Quem vem primeiro, o ovo ou a galinha? A pressão alta ou a dor de cabeça?
É muito difundido por aí que a pressão elevada pode causar dor de cabeça e, agora você já sabe que fatores externos, como por exemplo a dor, podem elevar sua pressão arterial, eu te questiono, quem vem primeiro? O ovo ou a galinha?
Sempre, diante de um quadro de dor de cabeça (Deixemos bem claro que estamos falando aqui da dor de cabeça pura e simples, sem NENHUM outro sintoma associado), podemos estar diante de uma pseudocrise hipertensiva. Ou seja, na maioria das vezes, a elevação da pressão arterial é uma consequência da dor e não sua causa.
A pseudocrise hipertensiva é o nome que damos para quando há elevação dos níveis de pressão arterial, não relacionados à risco de vida, secundária à algum evento emocional, doloroso ou desconfortável (Ex.: Enxaqueca, pós briga, pós traumas, síndrome do pânico...)
Nesse sentido, a condução clínica e o tratamento dessas condições deve ser voltado para a causa desencadeadora da pressão elevada: cuide da dor, maneje o estresse e, em um momento mais oportuno, meça novamente a pressão.
Se você suspeita ser hipertenso e ainda não passou em consulta, o que já posso ir fazendo para auxiliar neste controle?
Inicie a prática de atividades físicas – 30 minutos de atividade física de baixa à moderada intensidade
Limite o consumo de álcool
Evite o cigarro
Evite alimentos industrializados, ultraprocessados e embalados
Evite o consumo excessivo de sal
Perda peso
Ajuste a qualidade de sono
Maneje o estresse: tenha períodos de descanso, use de chás com efeito “relaxador”, reduza a carga de trabalho.